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Secretário de Saúde pede demissão após TJMT determinar retorno

Um dia depois do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinar o seu retorno ao cargo, o secretário estadual de Saúde, Mauri Rodrigues, pediu demissão, na noite desta quarta-feira (30). Com isso, a pasta ficará sob o comando do médico Jorge Lafetá, que já havia assumido a função interinamente após a Justiça decidir pelo afastamento de Mauri, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). O ato de posse dele deve acontecer até esta sexta-feira (1º), segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf.

Mauri tinha sido afastado do cargo no início deste mês devido aos atrasos e falta de repasses aos municípios para investimentos na saúde, o que teria gerado desgaste. “Ela já tinha sido restabelecido ao cargo, mas compreendeu que já tinha dado a sua colaboração. Fez um bom trabalho durante esse crise de medicamentos vencidos, Organizações Sociais de Saúde (OSSs), só que viu que já estava uma questão desgastada”, disse Nadaf.

Nadaf fez menção a um dos maiores problemas da gestão de Mauri quando foram encontradas centenas de caixas de medicamentos de alto custo vencidos em um galpão. Os remédios deveriam ser distribuídos à população. Em contrapartida, o estado foi obrigado a adquriri, com dispensa de licitação, muitos medicamentos de alto custo por determinação de Justiça.

À frente da secretaria de Saúde desde janeiro deste ano, Mauri Rodrigues chegou a admitir também outras falhas na gestão em Mato Grosso, como a falta de controle sobre custos de operação dos hospitais regionais, geridos pelas OSSs.

A intenção, conforme o secretário, é manter Mauri no governo, porém, em outra função. “Queremos aproveitá-lo no governo, mas ainda não definimos onde ele vai ficar. A ideia seria na saúde mesmo”, explicou o secretário, ao avaliar que o atraso de repasses para as prefeituras era algo que já existia antes da chegada de Mauri na secretaria. Além disso, alegou que stá praticamente regularizada.

Ele disse que a metade dos valores atrasados desde o ano passado foram pagos e o restante dividido em três vezes, sendo que 80% dos municípios só faltam receber uma dessas parcelas.

A 'dívida' chegou a R$ 55 milhões, segundo o presidente da Associação Matogrossense dos Municípios (AMM). A verba seria aplicada na atenção básica. Diante da falta de repasses, a Justiça mandou bloquear mais de R$ 24 milhões da conta estadual para que fossem quitadas as dívidas com Cuiabá e Várzea Grande, cidade da região metropolitana. No entanto, uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça a suspendeu o bloqueio.

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