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Produção de etanol de milho deve &#39aliviar&#39 o preço do grão em MT

A produção de etanol de milho pode aliviar os preços do grão em Mato Grosso. A alternativa de produção deverá contribuir para o aumento de renda do produtor mato-grossense, que sofre com a alta nos custos e a baixa rentabilidade do milho no estado. Na última safra de Mato Grosso, a superprodução de milho, calculada em quase 22 milhões de grãos, fez com que o preço pago ao produtor pela saca de 60 quilos ficasse bem abaixo do preço mínimo, de R$ 13,02/sc.

Desta forma, um estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) aponta que a usina em planta “flex”, utilizando cana-de-açúcar e milho para a produção de etanol, seria a opção mais viável em curto prazo. Isso porque as adaptações nas usinas seriam menos custosas e o consumo de material para propulsão das caldeiras seria menor, visto que o bagaço da cana-de-açúcar tem a mesma função da madeira, sendo complementar.

Em valores, o investimento para uma usina de planta “flex”, utilizando 500 toneladas de milho por dia, durante 105 dias por ano, seria de R$ 18 milhões. Já para uma usina de planta “full” (somente milho), processando 500 toneladas ao dia, 330 dias por ano, o investimento seria de R$ 45 milhões. Os valores pagos na saca de milho ao produtor também variam de acordo com o modelo de planta da usina, a “flex” poderia pagar R$ 20 na saca, já a “full” R$ 18. Atualmente, isso representaria um crescimento de mais de 50% em relação ao que vem sendo pago aos produtores do estado.O diretor técnico da Associação dos Produtores de Mato Grosso (Aprosoja), Neri Ribas, ressalta que as indústrias de etanol irão contribuir para a competitividade dos preços do milho. No entanto, ele ressalta para a necessidade de estudos de mercado e de estrutura. “É preciso fazer tudo com cautela para que o benefício não se torne um prejuízo”, informa.

Ainda segundo o Imea, numa perspectiva de produção em que as oito usinas ativas em Mato
Grosso começassem a operar usando 500 t/dia, seriam consumidas pouco mais de 1,3 milhão de toneladas do grão ao ano, o que estaria ainda longe de solucionar o problema, já que o estado produziu esse ano 22 milhões de toneladas de milho.

O presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Vincenzo Parino, ressalta que a produção de etanol de milho não irá competir com a de cana-de-açúcar. “Uma completará a outra”. Ele ainda ressalta que este cenário implicará na necessidade de investimentos no setor.

Em Campos de Júlio, município a 692 quilômetros de Cuiabá, a indústria Usimat já produz etanol de milho. O presidente da empresa, Alfredo Scholl, ressalta que não foram necessárias muitas adaptações. “Fizemos a troca da preparação que é adicionada, ao invés daquela para cana-de-açúcar, usamos uma para produção de cereais. Além disso, fizemos o anexo de equipamentos de recepção de grãos e armazenamento como silos, moegas, tombadores, redler e elevadores, mas a maioria dos equipamentos usados são os mesmos”.

Conforme ele, os recursos de investimento foram próprios, e chegaram a R$ 47 milhões, sendo que 60% foram para a adaptação para planta flex, e 40% para produzir o DDG, sigla em inglês que significa proteína desidratada, usada na alimentação animal.

Já usina Libra, em São José do Rio Claro, a 325 km de Cuiabá, inicia a produção nas próximas semanas. Na únidade foram investidos inicialmente R$ 20 milhões, que chegarão a R$ 35 milhões. A usina tem pretensão de usar 180 mil toneladas de milho em 2014 e 280 milhões em 2015, e de recuperar os valores investidos em três anos.

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