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Polícia legislativa detém manifestantes contrários a Feliciano

A polícia legislativa na Câmara dos Deputados deteve quatro jovens nesta quarta-feira (24) que penduraram uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, em uma janela no 15º andar da Câmara. Os jovens foram ao Congresso para participar de manifestações contra o deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

De acordo com Jânio Rocha, chefe do policiamento do edifício principal da Câmara, a equipe dele foi acionada por servidores que viram os jovens no momento em que penduravam a bandeira. Os policias então recolheram a bandeira e determinaram que os quatro jovens os seguissem até a sede da polícia legislativa. Os manifestantes prestaram depoimento e já foram liberados.

Pedro Viegas, um dos estudantes que foram detidos, disse que o objetivo dele e dos companheiros era pendurar a bandeira para protestar contra Feliciano. O rapaz também contou que, antes de subir para a sala do 15º andar, eles andaram por outras dependências do Congresso.

A presença do deputado Marco Feliciano na presidência da comissão é contestada devido a posições que ele assumiu publicamente e foram consideradas racistas e homofóbicas por grupos de ativistas sociais. Feliciano nega que seja racista ou homofóbico.

Depois da ocorrência envolvendo os quatro jovens, a polícia legislativa decidiu não deixar demais manifestantes contrários ao deputado Feliciano entrarem na Câmara nesta tarde. Com a proibição, um grupo decidiu protestar contra Feliciano em um dos acessos da Casa. Na tarde desta quarta Feliciano preside a sessão da Comissão de Direitos Humanos.

Mais cedo, no gramado em frente ao Congresso, alguns manifestantes promoveram beijo gay como parte dos protestos contra Feliciano.Sessão desta quarta
Marco Feliciano iniciou a sessão  por volta das 14h22. No plenário, manifestantes a favor do deputado portavam camisetas e cartazes com dizeres em apoio a Feliciano.

Do lado de fora, os manifestantes contrários à permanência do deputado na presidência da comissão protestavam por terem sido impedidos de entrar no plenário. Apesar de os corredores que dão acesso aos plenários estarem bloqueados, um casal de manifestantes conseguiu furar a barreira de seguranças e gritaram palavras de ordem na porta da comissão.

“Deixa o povo entrar, seu covarde. Deixa entrar quem é contra você. Abre a porta para o povo”, gritava a jovem, de 21 anos, que se identificou ao G1 como integrante do movimento LGBT e estudante de publicidade de uma universidade particular de Brasília.

Após o protesto, um dos assessores da Comissão pediu que os seguranças retirassem a jovem, que estava gritando, do local. “Tem que tirar daqui. Tem que tirar daqui”, disse o assessor para a segurança da Câmara. Ela foi levada para fora do corredor pelas autoridades. Segundo seguranças, apenas assessores, parlamentares, jornalistas e convidados das comissões estavam autorizados de acessar o corredor.

Em meio à sessão, um homem que assistia aos debates foi retirado do recinto à força pelos seguranças do Legislativo ao chamar de “armação” o fato de somente simpatizantes de Feliciano terem recebido autorização para entrar no plenário. Ele se identificou como Antônio José e disse que trabalha na assessoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Ceará.

“Aquilo ali é uma armação, não estavam deixando as pessoas entrarem. Cheguei na Câmara uma hora antes da sessão e quase não consegui entrar. Aquele grupo que estava levantando os cartazes do Feliciano já estava lá [no plenário]. Trabalho com direitos humanos há anos e nunca tinha visto uma situação tão esdrúxula”, reclamou o manifestante.

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