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Polícia Civil prende suspeito de fazer disparos no Alemão, Rio, no domingo

Policiais da 22ª DP (Penha) prenderam, nesta terça-feira (28), um dos cinco suspeitos identificados de efetuar disparos no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, no domingo (26), durante a corrida “Desafio da Paz”. Segundo o delegado Reginaldo Guilherme, titular da unidade, Júlio Cesar de Nacimento, de 20 anos, foi preso na localidade da Chatuba, na Vila Cruzeiro. Na delegacia, Júlio Cesar negou que tenha disparado os tiros.

Ainda de acordo com o delegado, também está sendo procurado por supeita de ordenar e participar do tiroteio Bruno Eduardo da Silva Procópio, conhecido como Piná. Na manhã desta terça, a mulher dele, Fabiana Muniz Toledo, de 31 anos, também foi presa e levada para a delegacia por associação para o tráfico, furto de energia de água, falsificação de documento e ocultação de recém-nascido.

Segundo o delegado, cinco pessoas teriam participado da ação no domingo. Desde o início da manhã, policiais estão no interior da comunidade tentando cumprir os outros quatro mandados de prisão.

“Piná  comandou o ataque no  domingo. O grupo  que estava voltando de um baile funk no Corte Oito, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), passou em outro baile na Cidade Alta, em Cordovil e depois seguiu para a Vila Cruzeiro, onde ocorreram os disparos”, contou o delegado.

De acordo com o delegado, na bolsa de Fabiana foram encontrados documentos de identidade e carteira de habilitação em nome de Marcos Jesus de Souza com foto de Piná, além de R$1.500,00. O delegado disse também que Fabiana teria roubado um bebê de uma viciada em crack. Na casa da mulher do traficante foram apreendido dois menores que tinham mandado de busca e apreensão por tráfico. Um homem também foi detido, porque consumia drogas, mas ele não possui problemas com a Justiça.

Fabiana nega que tenha roubado o bebê, uma menina de dois meses. Na delegacia, ela contou aos policiais que tomava  conta da criança. Os policiais encontraram ainda a  caderneta de vacinação da criança,  com os nomes de Fabiana e de Piná como pais do bebê. O delegado disse que em troca  da criança, ela pagava pequenas quantias em dinheiro pedidas pela mãe biológica da criança.

“Já entramos em contato com o Conselho Tutelar para cuidar da guarda da criança. Vamos investigar que tipo de trato ela tinha com a mãe do bebê. Em princípio,  verificamos que há uma adoção irregular”,  explicou o delegado Reginaldo Guilherme.

Nesta manhã, a polícia informou que o número de abordagem e revistas na comunidade iria aumentar e pediu a compreensão da população. “Desde domingo há um reforço no patrulhamento e no policiamento dessas localidades. Tanto com o emprego de policiais realocados de outras UPPs, tanto também com o apoio de outras unidades da Polícia Militar. Nós contamos com a colaboração da população, pois o número de abordagem e revistas pessoais vai aumentar a fim de localizarmos esses marginais”, explicou o tenente-coronel Alexandre Rocha, subcoordenador de Polícia Pacificadora.

Medidas 'perceptíveis'
Ainda na segunda-feira, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, esteve reunido com o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Roberto Sá, com o Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Erir da Costa Filho, e com o comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, coronel Paulo Henrique Azevedo de Moraes, para tratar do redimensionamento do policiamento no Complexo do Alemão. Os detalhes não serão divulgados, mas, de acordo com Beltrame, serão medidas perceptíveis à toda a população.

De acordo com o subcoordenador da Polícia Pacificadora, tenente-coronel Alexandre Rocha, nesta segunda há um aumento de 30% no efetivo de policiais militares na região.

Antes da corrida, moradores relataram que uma kombi chegou à comunidade com homens armados. Durante a reportagem, uma moradora fez uma apelo para que a polícia não recue. “Nós queremos que a polícia continue. Pelo menos é uma tranquilidade, não só para nós, como para as crianças e para os idosos”, disse a mulher, que preferiu não se identificar.

Na tarde desta segunda, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, participa de uma reunião junto com o comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, e com a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, para reavaliar o efetivo utilizado no Alemão, que atualmente conta com 2 mil policiais militares.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que o processo de pacificação é algo permanente. “Não vamos nos iludir que em dois anos e meio a gente vai resolver esse problema. Esse é um trabalho permanente, é um processo que a gente tem que ter perseverança. Só se ganha esta luta com perseverança, coragem e fé. E nós temos”, declarou Cabral.

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