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PMs são suspeitos de matar rapaz a tiros durante festival de praia em MT

Três policiais militares de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, são investigados por suspeita de envolvimento na morte do jogador de futebol Wáttila Alves Souza, de 21 anos, no mês passado, durante um festival de praia realizado em Poxoréu, a 259 km da capital, em comemoração ao aniversário da cidade. Por determinação judicial, a Polícia Civil já cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos para embasar a investigação do crime.

O delegado Rafael Fossari, responsável pelas investigações do crime, afirmou que o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a prisão dos policiais, porém, a Justiça negou e determinou somente a busca e apreensão. “Estamos apurando e o que temos até agora de mais concreto contra os policiais é o depoimento da namorada da vítima, que estava junto com ele na motocicleta quando ele foi atingido pelos disparos”, explicou. Segundo ele, os PMs, que faziam a segurança do local durante o festival, ainda serão ouvidos.

A namorada da vítima, Brunna Karoliny, afirmou ao G1 que na noite do crime os policiais estavam de 'marcação' com a vítima. “A noite toda os policiais ficavam olhando para ele e um deles balançava a cabeça, mas ele não acreditava que eles [PMs] seriam capazes disso”, disse. Ela relatou que o namorado estava com medo dos policiais, até que na hora que foram embora dois deles, segundo Brunna, se aproximaram deles em uma motocicleta e um dos homens efetuou os disparos contra ele.

“Saímos de moto da festa, não chegamos a andar a metade de uma quadra e eles encostaram a moto do nosso lado esquerdo, mas antes de atirar eles olharam para nós por cerca de quatro segundos antes de atirar e vi que era o policial”, contou Bruna, que teve ferimentos em uma das mãos em decorrência do disparo.

Quando à motivação do crime, ela avalia que deve ser porque o namorado gostava de andar de motocicleta e empinar moto nas ruas. Antes de morrer, segundo Bruna, Wáttila pediu que não o deixasse morrer. Ele ficou cerca de 20 minutos esperando por socorro. “Pedi aos policiais que estavam lá que o socorresse e o levasse ao hospital, mas eles disseram que não podiam. Só que depois que a mãe do Wátila o levou para o hospital e fiquei com uma amiga eles me levaram ao hospital, sendo que quem mais precisava de socorro era ele Wáttila”, reclamou.

Para o pai da vítima, César Souza Silva os policiais cometeram o crime na certeza da impunidade. “Pensaram que seria um 'defunto sem choro', mas não é não. Queremos Justiça e que os culpados paguem pelo que fizeram com meu filho”, cobrou. Ele contou que o filho jogava futebol e iria fazer um teste para jogar no Vila Aurora de Rondonópolis. “Meu filho foi perseguido por esses policiais”.

No festival de praia, foram realizadas apresentações culturais e shows musicais durante a noite, entre os dias 24 e 27 de outubro. O crime ocorreu no dia 25 daquele mês.

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