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PF prende 17 pessoas

Laura Nabuco
Da Reportagem

A Polícia Federal desarticulou um esquema de extração ilegal de ouro em Mato Grosso. Ao todo, 17 pessoas foram presas e R$ 188,8 mil, em forma de moeda de 11 países diferente, além de 20 quilos de ouro – o equivalente a R$ 2 milhões – foram apreendidos. Somente uma das três empresas envolvidas no esquema movimentou nos últimos dois anos mais de R$ 150 milhões. 

A Operação Eldorado foi deflagrada na manhã de ontem. Conforme o delegado responsável pelo caso, Wilson Rodrigues de Souza Filho, o ouro era extraído de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires e comercializado com notas fiscais falsas emitidas por cooperativas de garimpeiros. 

Além disso, o metal ilegal era mesclado em carregamentos oriundos de minas regularizadas, o que facilitou a continuidade do esquema. “Depois que o ouro sai do garimpo, se ele tiver uma nota fiscal, é muito difícil identificar se ele tem origem legal ou não”, explica o delegado, que afirma que o bando atuava há pelo menos cinco anos. 

O metal extraído irregularmente era comercializado em empresas que funcionam como a bolsa de valores, em que investidores aplicam dinheiro em ouro esperando obter rendimentos. 

Os envolvidos devem responder por usurpação de bens da União, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crimes ambientais, como extração ilegal de minérios e degradação de área de preservação, já que parte dos garimpos funcionava dentro das reservas indígenas Kayabi e Munduruku. 

Lideranças destas comunidades também participavam do esquema, conforme dados da investigação. Eles facilitavam a chegada à região de onde o ouro era retirado, uma área de mata fechada, sem acessos terrestres. Um oficial da Marinha, que não teve a identidade revelada, também está entre os envolvidos. Ele autorizava o tráfego das embarcações que faziam o transporte do metal e dos materiais usados na extração. 

Ao todo, 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva foram expedidos pela Justiça Federal em Mato Grosso. Eles têm abrangência de sete Estados: Mato Grosso, São Paulo, Amazonas, Pará, Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. 

Entre os presos estão o proprietário da corretora de metais preciosos Parmetal, Valdemir Melo, e seu filho Arthur Henrique de Melo. Ainda são citados no processo João Osmar de Melo, Diego de Mello e Daniel de Mello. 

Também são investigados os responsáveis pelas empresas Carol Distribuição de Títulos Valores Mobiliários (DTVM) e Marsan DTVM: Robson Luciano Francisco dos Santos, Fabrício de Campos, Robson Prudente de Souza, José Carlos da Silva Aquino, Francisco Rafael da Silva, Osimar Ferreira de Barros, Antonio Furini, Valdirene de Oliveira Guedes e Orestes Severino Machado. 

As investigações tiveram início em fevereiro deste ano, a partir da Operação Arco de Fogo, deflagrada em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). 

 

Fonte: Diário  de Cuiabá

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