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Governo quer discutir espionagem em fóruns internacionais, diz Patriota

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta quarta-feira (10) em audiência pública no Senado Federal que o governo estuda a forma como a espionagem dos Estados Unidos no Brasil será discutida em fóruns internacionais. Segundo Patriota, o Brasil é o primeiro entre países alvos de interceptação que demonstra interesse em discutir o tema em âmbito internacional.

No domingo, reportagem do jornal “O Globo” revelou que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency – NSA, na sigla em inglês) por telefonemas e e-mail.

Segundo a reportagem, não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.

“O governo, seguindo orientação da Dilma, dos países que foram alvo de atividades de interceptações, foi o primeiro a levar  a intenção de discutir o assunto em fóruns internacionais. Como isso pode ser feito, é algo que ainda estamos analisando”, disse o ministro em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que debate a denúncia de espionagem dos EUA.

“Há linhas que estamos pensando. Na própria Assembleia Geral da ONU, relativo a segurança das informações, esse é um tema que costuma ser objeto de debate”, completou.

Ao longo da semana, o governo anunciou medidas para apurar as denúncias de espionagem no Brasil pelos Estados Unidos. Além de convocar o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos sobre o caso, o governo anunciou a criação de um grupo técnico interministerial para realizar investigações e a abertura de inquérito pela Polícia Federal. O caso também é investigado pela Anatel.

Em nota publicada nesta quarta-feira, a presidência da República diz que “o governo brasileiro não autorizou nem tinha conhecimento das atividades denunciadas. Segundo a nota, eventual participação de pessoa, instituição ou empresa do país nestas atividades é inconstitucional, ilegal e sujeita às penas da lei.

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