Demanda por saúde cresce mais de 50%

STÉFANIE MEDEIROS
Da Reportagem

Aparelhos quebrados, falta de medicamentos, ausência de repasses e dificuldade na realização de cirurgias geraram o aumento de mais de 50% dos pedidos protocolados na Defensoria Pública de Mato Grosso (DPMT), de junho a outubro deste ano. As ações têm como objetivo garantir o acesso da população à saúde. 

O Estado, responsável pelos procedimentos de alta complexidade, têm mostrado dificuldade em cumprir as determinações da Justiça. Segundo o defensor público Carlos Gomes Brandão, em muitos casos a defensoria pede o bloqueio da conta do Estado para garantir o atendimento. 

O defensor ainda ressaltou que o juiz permite que o hospital contrate os serviços de unidades particulares sem o processo de licitação em casos de urgência. “Teve uma situação que uma criança nasceu com uma doença cardíaca e precisava fazer uma cirurgia especializada em Curitiba porque nem nos hospitais particulares daqui faziam este procedimento. Nós tivemos que pedir bloqueio da conta para ele poder ir”, contou Brandão. 

A demanda de processos no DPMT também aumentou muito nos casos de cirurgias ortopédicas e pacientes com câncer. O arco cirúrgico do pronto-socorro de Cuiabá, usado para mostrar imagens tridimensionais dos ossos quebrados ou outras partes do corpo, está estragado há 60 dias. 

De acordo com o médico Arlan de Azevedo, a maioria das cirurgias ortopédicas não pode ser feitas sem o auxilio do arco cirúrgico. “O cirurgião tem que conseguir ver onde, exatamente, vai colocar o pino, por exemplo. E por raio X isso não é possível, porque ele só tem a imagem de um dos lados da fratura”. 

Brandão ressaltou que a maioria das ações relativas às cirurgias ortopédicas é para acidentados de motos. “São muito numerosos os jovens acidentados. E estes pacientes lotam o pronto-socorro e demoram para se recuperar. Com o equipamento pra realizar a cirurgia quebrado, ficam lá sem ter o que fazer”, explicou o defensor. 

De acordo com o secretario municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, o arco cirúrgico já foi mandado para São Paulo, mas voltou sem concerto. A Secretaria Municipal de Saúde comprou um novo equipamento com urgência, que deve ser entregue no máximo semana que vem. 

O secretario ainda informou que um há um processo de licitação em aberto para a aquisição de um segundo arco cirúrgico. Enquanto isso, os pacientes estão sendo atendidos na Santa Casa, no Hospital Geral e no Hospital Metropolitano. 

A assessoria da Secretaria de Estado de Saúde informou que o aumento de processos relativos à saúde precisa ser analisado com cuidado, e que o Estado não recebeu nenhum relatório da DPMT. 

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