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Após 54 dias, professores decidem nesta sexta os rumos da greve em MT

A poucos dias de completar dois meses de greve, os trabalhadores do ensino público de Mato Grosso realizam, nesta sexta-feira (4), mais uma assembleia geral para discutir os rumos do movimento, que começou no dia 12 de agosto. O encontro será na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá, a partir das 14h.

O governo do estado já informou que não vai apresentar nova proposta aos profissionais. Por este motivo, o presidente do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, disse que a diretoria da instituição não deve propor o fim da greve porque não há motivos para isso e que acredita que a paralisação, que já dura 54 dias, será mantida.

“Estamos indo para a assembleia já prevendo o resultado. O estado não apresentou nada de novo. E aquela nota truculenta não tem o poder de encerrar a greve”, disse Henrique do Nascimento, referindo-se ao comunicado do governo, divulgado na segunda-feira (30), que informou que o ponto dos profissionais que não voltassem ao trabalho seria cortado.

Nascimento criticou a atual conduta do governador Silval Barbosa em não dialogar mais com o movimento e disse que os trabalhadores não foram mais chamados para negociar as reivindicações deles.

“Ele está tratando no campo pessoal questões que deveriam ser institucionais. O governo, na verdade, chegou ao limite da irresponsabilidade, porque a nossa categoria estava propensa em ceder em alguns aspectos. A assembleia desta sexta seria uma boa oportunidade para votar alguma proposta”, declarou Nascimento.

Na terça-feira (1º), um dia após a divulgação da nota do estado, um grupo de trabalhadores realizou dois velórios simbólicos do governador – um no pátio da Secretaria de Educação do estado (Seduc) e outro na frente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

A greve tem cerca de 90% de adesão dos 39 mil trabalhadores da educação no estado. Mato Grosso tem 744 escolas e aproximadamente 430 mil alunos, que já perderam 40 dias de aula. O ano letivo de 2013 deve terminar em 2014.

'No limite'
O secretário de Educação Ságuas Moraes chegou a declarar que estava no limite em relação à greve e que não tinha mais o que fazer em termos de negociação. Na semana que vem ele deve assumir a vaga na Câmara dos Deputados deixada pelo deputado federal Homero Pereira, que pediu aposentadoria para tratar de um câncer.

O nome mais cotado para assumir a Seduc é o da professora Rosa Neide, que ocupa cargo de assessora especial da pasta e que já foi secretária e secretária-adjunta de Educação.

Justiça
No dia 10 de setembro, o desembargador Marcos Machado, atendendo a ação proposta pelo estado, declarou a greve abusiva e determinou que a categoria retomasse os trabalhos. O sindicato recorreu, alegando que o magistrado não tinha especificado quais categorias deveriam retomar as atividades e nem a quantidade.

No último dia 27, a desembargadora Maria Erotides Baranjak acatou parcialmente o recurso do Sintep-MT e mandou que metade dos professores, funcionários de apoio administrativo educacional e técnico administrativo em greve encerrassem a paralisação em até 72 horas, a partir do prazo de intimação. O sindicato foi notificado da decisão no dia 1º de outubro. Nenhuma das decisões foi cumprida.

Revindicações
Os grevistas querem dobrar o poder de compra em 7 anos, o pagamento da hora-atividade aos professores contratados, melhorias nas escolas e repasse de 35% dos recursos do estado para a educação, como determina a constituição estadual.

Nas duas propostas enviadas ao sindicato, o estado ofereceu aumento dos rendimentos em 100% em 10 anos, começando a partir de maio de 2014, e pagamento da hora-atividade de forma gradual, totalizando em 2016.

Os trabalhadores não concordaram com esses dois itens, pois querem o reajuste este ano e a remuneração integral da hora-atividade a partir do ano que vem. O piso salarial da classe em Mato Grosso é de R$ 1.566,64. O nacional é R$ 1.565,61.

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