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A hora do vazio em casa

Nas ruas do bairro e nas redes sociais, pessoas ligadas à Admárcia e seu neto Ryan expressam tristeza e pedem justiça

ALECY ALVES
Da Reportagem

 

Centenas de amigos, vizinhos, populares e parentes de Admárcia Mônica da Silva, 43 anos, e do neto dela, Ryan Alves de Camargo, de apenas quatro, cruelmente assassinados, saíram ontem à tarde às ruas do bairro Dom Aquino, onde as vítimas moravam, para pedir paz e justiça. 

Entre os que pediam justiça estava o avô de Ryan, o repórter-fotográfico Luiz Alvez. Minutos antes ele havia postado em sua página no “Facebook”: “Esse crime bárbaro não pode ser esquecido”. 

Alvez ainda observou que as mortes fizeram um estrago sem tamanho na família, que jamais vai esquecê-las. E pediu o apoio dos amigos para que não caiam no esquecimento. 


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Parentes, amigos e vizinhos das vítimas saíram ontem à tarde às ruas para pedir justiça e punição ao homem que teria matado avó e neto


Admárcia, ou “Márcia”, como era conhecida, ex-mulher dele, morreu dentro de casa. Ela foi morta a facadas e teve o corpo queimado pelo ex-genro, Carlos Henrique Costa Carvalho, de 25 anos. Depois jogá-la sobre a cama e amarrar os pés e mãos, ele ateou fogo no corpo. 

Em seguida, Carlos sequestrou o pequeno Ryan e o levou até a Ponte Júlio Muller (divisa com Várzea Grande), e o atirou ainda com vida dentro do rio Cuiabá. Tudo para se vingar da ex-namorada, Tássia da Silva Alves, 24, que não quis reatar o namoro. 

O irmão gêmeo de Admárcia, Admilson Silva, está chocado com o crime. Ele disse que conhecia pouco o ex-namorado da sobrinha, apenas das festas da família, mas soube, pela irmã, dias antes dos assassinatos, que Carlos Henrique teria ido atrás de Tássia para matá-la. 

O assassino, segundo ele ouviu da irmã, tinha nas mãos um galão de gasolina para atear fogo na ex-namorada. “Minha irmã contou que foi ela quem retirou o galão dele e que o caso estaria registrado na polícia”, relembra Admilson. 

Ele diz que nunca imaginou que alguém poderia cometer um crime desses, matar sua irmã e seu sobrinho-neto, pessoas que não fizeram mal nenhum. Admilson, que trabalha como frentista perto da casa da irmã, conta que costumava visitá-la praticamente todos os dias. 

O pai do pequeno Ryan, músico Lauro Pereira Camargo, que assina com o nome artístico “Lauro Adam”, escreveu em sua página no Facebook que “as lagrimas são pesadas e uma agonia faz moradia no coração”. Ele pediu calma às pessoas que estavam dizendo nas redes sociais que o assassino estaria morto. 

Lauro Adam analisou essa informação, em sua página, como algo que para as pessoas se sentirem melhor e o caso ser abafado. E pediu a continuidade da campanha pela justiça do seu filho e da avó. Organizada por amigos e divulgada nas redes sociais, a manifestação tornou-se um dos assuntos mais comentados e compartilhados no Facebook em Cuiabá. 

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