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6 feridos em conflito

RODRIGO VARGAS
Da Reportagem

Um confronto entre agentes da Polícia Federal e índios da etnia Munduruku no início da manhã de ontem resultou em pelo menos seis feridos -dois índios e quatro policiais- nas proximidades da divisa com o Pará. 

O episódio ocorreu, segundo a PF, quando as equipes da Operação Eldorado, que desarticulou uma rede de exploração de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires, tentavam destruir uma balsa utilizada no suposto esquema. 

Feridos a bala nos braços, os índios foram encaminhados em estado crítico para o Hospital Regional de Alta Floresta (680 quilômetros de Cuiabá). Eles deram entrada às 12h30 com um quadro de choque pela perda de sangue. 

No final da tarde, a direção do hospital disse que ambos estavam “estáveis” e sem risco de morrer. 

Um deles já havia sido operado, enquanto o outro, com um ferimento mais grave, aguardava transferência para Cuiabá, onde seria submetido a uma cirurgia vascular. 

Os agentes, segundo a PF, tiveram ferimentos leves e permaneceram na base de operações. 

Até a conclusão desta edição, não havia confirmação oficial dos nomes, do número total de feridos ou mesmo das circunstâncias em que o conflito foi iniciado. 

Ainda ontem, seguiu para a região um reforço de cerca de 30 homens das superintendências da PF em Cuiabá e Sinop. 

ELDORADO – A operação Eldorado foi deflagrada anteontem em Mato Grosso e outros seis Estados para cumprir 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva determinados pela Justiça Federal. 

O esquema se valia de notas frias fornecidas por cooperativas de garimpeiros para legalizar a produção de garimpos abertos ilegalmente na região. Uma das empresas investigadas movimentou, segundo a PF, cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos. 

Parte significativa dos garimpos ilegais, segundo a PF, foi instalada dentro das áreas das etnias Munduruku e Kayabi. Líderes dos dois grupos, de acordo com as investigações, participavam do suposto esquema e facilitavam o acesso às áreas de extração. 

Para ocultar a origem ilegal, o ouro era transportado juntamente com a produção de garimpos legalizados. 

“Depois que o ouro sai do garimpo, se ele tiver uma nota fiscal, é muito difícil identificar se ele tem origem legal ou não”, disse delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho, que chefia as investigações. 

Durante o primeiro dia da operação, foram apreendidos quase 20 quilos de ouro (avaliados em R$ 2 milhões). 

FONTE: DIÁRIO DE CUIABÁ

 

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